Cesare Battisti



O jurista Dalmo de Abreu Dallari alerta que: “Se respeitar a Constituição e as leis, o Supremo Tribunal Federal deverá, pura e simplesmente, declarar extinto o processo de extradição que há contra Cesare Battisti”.

Cesare Battisti fugiu da França em 2004, após o governo daquele país haver suspendido o asilo político que lhe protegia, e refugiou-se no Brasil onde vivia pacificamente com esposa e duas filhas, atuando como escritor.

A escritora francesa Fred Vargas que veio ao nosso país especialmente para visitar Battisti, informou: “o primeiro-ministro italiano, Sílvio Berlusconi, persegue meu amigo em busca de dividendos políticos”. Diz ela: “Ele lidera uma reação histérica, movida pelo ódio. Quer transformar Battisti num monstro e apresentá-lo como símbolo dos anos de chumbo, o que não é verdade”.

Nós brasileiros sabemos muito bem a que se refere a escritora francesa quando se alude a “anos de chumbo”, pois também tivemos a oportunidade de sentir o peso das armas comandando o destino dos cidadãos da nossa pátria no período entre 1964 e 1985, onde cotidianamente ocorriam perseguições políticas, censura vergonhosa, prisões arbitrárias, torturas em guetos, porões do DOI/CODI, delegacias de polícias civis militares e federais e, principalmente, inúmeras mortes de jovens brasileiros idealistas.

Em 1969 o Estado italiano iniciou uma feroz e sangrenta perseguição aos opositores políticos que sustentavam o caminho da luta armada contra o opressor regime vigente. Cesare Battisti é um desses opositores políticos que, como todos os demais militantes daquele período, vem sendo caçado como um animal, e apresentado aos grandes meios de comunicação brasileiros dentro de uma lógica fascista, histérica e terrorista, como se Battisti fosse realmente um monstro perigoso, feroz e violento;

A decisão do Ministro da JustiçaTarso Genro, em reconhecer oficialmente Battisti como refugiado político sob a proteção do Estado brasileiro é digna dos maiores elogios, pois livra das garras fascistas esse militante que, como afirma o Movimento Nacional de Direitos Humanos, “por mais de 30 anos foi perseguido em seu país e no exterior”.

Continuando, o Movimento informa ainda, que: “Cesare Battisti foi condenado pela Justiça de seu país, em julgamento sumário, sem direito a plena defesa e por sentença baseada unicamente em informação obtida por declaração premiada”.

Os diferentes governos brasileiros pós-ditadura civil-militar têm dado, sistematicamente, asilo político a militantes perseguidos de vários países, dentre eles a Itália que, sequer anistiou até os dias de hoje, os opositores políticos dos anos de 1960 e 1970.

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Comentários

  1. O ministro Cezar Peluso, do STF (Supremo Tribunal Federal), indeferiu nesta terça-feira liminar em que o governo da Itália pedia a revogação da decisão do governo brasileiro, que concedeu refúgio político ao ex-ativista Cesare Battisti.
    A decisão do Supremo ainda não é definitiva, já que ainda haverá o julgamento do mérito do pedido. No entanto, é uma sinalização de que o Supremo não se submete às pressões feitas pelo governo direitista do primeiro ministro italiano Silvio Berlusconi, que tenta transformar o caso Cesare Battisti num cabo de guerra entre a direita e a esquerda.

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